Peculiaridades tugas

No outro dia fui ao centro de saúde ter uma consulta de rotina. Como não fazia análises há alguns anos, a minha médica disse que era melhor fazer, para ver se estava tudo em ordem. Sempre fiz análises em laboratórios de análises clínicas, mas a minha médica prontamente explicou "oh filha, agora tem que ser toda a gente no hospital, eles não comparticipam nada, ou vai ao hospital ou tem que pagar tudo". Lá fui eu ao hospital. A minha médica marcou as análises para hoje às 8h ("boa!" - pensei eu "assim consigo ir fazer análises cedo e depois ir trabalhar nas calmas"). E consegui, mas todo o cenário que se passou numa hora e quarenta e cinco minutos foi absolutamente hilariante. Normalmente quando ia ao laboratório chegava, tinha que esperar, no máximo uns 10 ou 15minutos e era atendida. Eu sou uma daquelas pessoas fraquinhas que se não come logo de manhã fica com tonturas, enjoos e afins. Então hoje cheguei ao hospital, às 7.50h (afortunadamente sou pontual!) e deparei-me com uma fila de umas 20 pessoas, junto do segurança que, pelo que percebi, só deixaria as pessoas avançarem às 8h em ponto. E assim foi, ultrapassagens de velhotes que não percebiam porque não podíamos avançar, ou velhotes que fingiam não perceber porque não podíamos avançar, assim ficámos. Às 8h arrancou toda uma quantidade de pessoas, com o segurança a tentar, ao máximo, controlar se toda a gente tinha a devida folha de "serviço". O laboratório de análises pelos vistos era no primeiro piso do hospital, o que implicava subir um piso de escadas ou elevador. Logicamente que os velhotes com problemas de locomoção escolheram as escadas, circulando-se, assim, a duas velocidades na escada: modo procissão e modo "normal". Chegados à entrada do serviço tirámos a nossa senha (nada de anormal), mas nesta fase já tinha ultrapassado algumas pessoas, que na verdade depois tiraram senha prioritária, por isso olha, "já fostes". Fiquei com a senha 17, nada mau na verdade, dado o panorama, mas depois havia os prioritários. Na verdade tudo o resto se desenrolou de forma mais ou menos normal num hospital: o monitor onde normalmente aparecem os números das senhas estava estragado e as senhoras do guichet tinham que gritar o número que era, sendo que havia sempre uma ou outra pessoa que ouvia mal o número e gritava o número errado, havendo sempre 6 ou 7 pessoas que corrigiam para o número certo. Depois de feito o registo de "presença", restava-nos esperar pela chamada das analistas. E assim foi, entre muitos "não se ouve nada do que dizem", "as senhoras deviam gritar com mais força", "deixa-me ir ali para a porta para ver se me chamam mais rápido" e mesmo o "pode ficar com a minha senha que não tenho pressa", lá fui eu fazer as minhas análises, tendo que atravessar a armadilha humana de pessoas que preferem esperar à porta da sala de colheita, em vez de esperarem comodamente numa cadeira, mesmo que ainda tenham 15 pessoas à frente. A boa parte disto tudo? O meu hematoma é pequeno, escuro e feioso, mas pequeno, já não passo por toxoindependente.

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